O que é diabetes gestacional?

Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por uma série de alterações hormonais para se preparar para o desenvolvimento do bebê. 

Se você é uma futura mamãe e está passando por esse processo, é bem fácil perceber isso na prática. São as mudanças de humor de hora em hora até o famoso “desejo de grávida” que vive colocando seu paladar à prova.

No entanto, longe do que é possível perceber a olho nu, essas mudanças hormonais podem originar problemas que ameaçam uma gestação saudável.

É o caso da diabetes gestacional, uma doença geralmente assintomática, que pode levar ao surgimento de enfermidades mais graves e até complicações na hora do parto.

Nas próximas linhas, entenda melhor o que é essa doença, como é feito o diagnóstico e os principais cuidados para se prevenir. Acompanhe!

O que é a doença?

A diabetes gestacional é uma doença caracterizada pelo aumento do nível de glicose no organismo das gestantes.

Entretanto, isso não tem nada a ver com o consumo excessivo de doces durante a gravidez. Durante esses nove meses, a quantidade de açúcar no sangue da mulher aumenta naturalmente para suprir as necessidades nutricionais da criança.

Consequentemente, o pâncreas da mãe passa a produzir mais insulina – o hormônio responsável por transformar o açúcar em energia para o corpo.

Quando esse processo não ocorre da maneira adequada e o corpo produz uma quantidade menor de insulina ou não a utiliza da forma correta, temos um quadro de diabetes gestacional.

Consequências da diabetes gestacional

A imagem mostra em foco a barriga de uma mulher grávida. Ela está num ambiente de fundo bege, de coloração quase igual à sua pele.
Entre as principais complicações da doença está o ganho excessivo de peso, tanto da gestante, quanto do feto.

Como tudo que se faz presente na corrente sanguínea da mãe, esse excesso de glicose passa a ser absorvido pelo bebê por meio da placenta.

Por sua vez, o pâncreas da criança fica sobrecarregado e, mesmo trabalhando a todo vapor, não é capaz de transformar sozinho esse açúcar em energia.

O resultado é o excesso de açúcar sendo convertido em gordura, o que faz com que o feto cresça e ganhe peso além da conta – a chamada macrossomia fetal.

Condição é conhecida por aumentar os riscos de um parto traumático, assim como a possibilidade da criança nascer prematuramente. 

Para a saúde do bebê, a diabetes na gestação ainda está relacionada com o surgimento de problemas como a icterícia, hipoglicemia neonatal e até propensão a desenvolver obesidade na vida adulta.

Já para a mãe, o principal perigo é o aparecimento de complicações como a hipertensão e a pré-eclâmpsia, além do fator de risco para desenvolvimento futuro da diabetes tipo 2.

Para identificar esses casos é recomendado que as mulheres que apresentaram diabetes na gestação realizem um teste de glicemia cerca de seis semanas após o partologo após a fase do puerpério.

Sintomas e sinais

Como já mencionado, a diabetes gestacional é uma doença silenciosa que não apresenta sintomas ou sinais prévios na maioria dos casos.

Entretanto, com o aumento dos níveis de açúcar na corrente sanguínea, é comum o aparecimento de alguns indícios no corpo das gestantes:

  • Aumento de peso durante a gravidez;
  • Boca seca;
  • Cansaço excessivo;
  • Necessidade de fazer xixi mais frequente do que o normal;
  • Sede aumentada.

Como você pode perceber, esses sintomas são bastante comuns durante gravidezes saudáveis e, portanto, não são de forma alguma determinantes para o diagnóstico da diabetes na gestação.

Sendo assim, é de extrema importância estar atenta aos fatores de risco que podem sinalizar o surgimento da doença.

Fatores de risco da diabetes gestacional

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, os principais fatores de risco da doença incluem:

  • Idade materna avançada;
  • Estilo de vida sedentário;
  • Sobrepeso ou obesidade;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • Histórico de bebês grandes (peso superior a 4kg);
  • Histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau.

Diagnóstico

A imagem mostra um exame de ultrassom sendo realizado em uma mulher grávida. A gestante tem cabelos morenos, veste uma camisa social azul bebê com calça jeans e está deitada em uma maca cirúrgica, enquanto uma médica loira com unhas pintadas de marrom realiza o procedimento.
Na maior parte dos casos, a diabetes gestacional pode ser identificada em exames de rotina.

A detecção da diabetes gestacional é feita durante o pré-natal, em baterias de testes que checam taxas de colesterol, triglicérides e glicemia em jejum.

O ultrassom também pode ser uma importante ferramenta para o diagnóstico. Com ele, é possível identificar bebês com tamanho desproporcional e alterações do volume de líquido amniótico, indicadores da doença.

Por volta do sexto mês de gravidez, o médico costuma solicitar o teste oral de tolerância à glicose, também chamado de curva glicêmica.

Para realizá-lo, a gestante deve ficar em jejum por 8 horas para depois consumir uma solução açucarada. O objetivo é colher amostras durante o período e observar como o organismo reage a elevadas concentrações de glicose.

O resultado deste exame é determinante para o diagnóstico de diabetes gestacional.

Previna-se!

Um fato curioso sobre a diabetes gestacional é que as ações que costumam ser orientadas para o seu tratamento também funcionam como formas de prevenção!

Nos casos em que se atesta a existência da doença, a primeira tentativa de controle dos níveis de glicose da gestante é feita por meio de mudança nos hábitos alimentares e prática de atividade física.

Se o corpo não responder bem e as taxas não se regularizarem, aí sim o médico pode indicar o uso de medicações, como hipoglicemiantes orais ou insulina.

Para não precisar passar por isso, estes cuidados podem ser praticados desde já:

Tenha uma dieta saudável

Manter uma alimentação saudável antes e durante a gravidez não só previne a diabetes gestacional, como uma série de outras complicações.

Portanto, é importante que você faça uma dieta equilibrada para ter uma gestação saudável. Açúcares e gorduras devem ser opções raras no cardápio, assim como carboidratos simples.

No lugar, prefira carboidratos complexos com baixo índice glicêmico. Alimentos como grãos integrais, frutas, legumes, peixes e oleaginosas são ótimas opções para diversificar sua rotina nutricional!

Pratique atividades físicas

A prática de exercícios é um assunto que coloca medo em muitas futuras mães, que temem colocar a vida do bebê em risco.

No entanto, desde que não receba contraindicação médica, toda gestante pode e deve realizar atividades físicas!

Claro, sempre respeitando as limitações da mulher e de preferência sob acompanhamento profissional. Caminhada, natação, hidroginástica e yoga são alguns exemplos de atividades leves muito bem vindas durante a gravidez.

A lista de benefícios de ser uma grávida ativa é extensa, tanto para a saúde da mulher como da criança.

Faça o pré-natal e exames de rotina

O acompanhamento médico é indispensável durante a gestação, portanto, se certifique de não perder nenhuma consulta ou exame.

Dependendo do seu caso – levando em consideração histórico familiar e fatores de risco -, o teste de curva glicêmica pode ser solicitado pelo médico logo na primeira visita.

Assim, é fundamental que você siga à linha o cronograma, pois quanto antes a doença for detectada, mais tranquila será sua recuperação!

E não precisa ficar assustada. Realmente, a diabetes na gestação é um distúrbio que pode ameaçar uma gravidez saudável e, por isso, merece toda sua atenção. 

No entanto, quando identificadas e tratadas da maneira adequada, a maioria das gestações atingidas pela diabetes tem um final feliz com bebês fortes e saudáveis!

Mesmo nos casos que precisam de aplicação de insulina, a condição é temporária e desaparece logo após a gravidez. 

O importante é só ficar de olho nas complicações futuras que podem aparecer, como a diabetes tipo 2, se assegurando de fazer exames ocasionais de monitoramento!

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