Isso porque a sociedade, por muito tempo, colocou a mulher no papel de “cuidadora” e responsável pela reprodução. Enquanto isso, os homens foram deixados de lado, reforçando a desigualdade. Não é à toa que, muitas vezes, a gente acaba assumindo esse peso sozinha.
Mas parece que essa história está prestes a mudar. Há alguns anos se fala sobre o anticoncepcional masculino, mas será que os homens vão levar a sério esse compromisso, assim como sempre levamos?
A contracepção ainda é coisa de mulher?
Para responder essa pergunta, é só dar uma olhada em quantas opções existem para mulheres e comparar com os poucos anticoncepcionais para homens (camisinha e vasectomia). Essa diferença gigante mostra que a ciência e a indústria farmacêutica ainda veem a contracepção como uma “coisa de mulher”. Mas por que essa desigualdade ainda existe?
Um dos motivos é a falta de investimento em pesquisas para o desenvolvimento de métodos contraceptivos masculinos. Essa indústria lucra milhões com a venda de anticoncepcionais femininos, então para que investir em um mercado incerto?
Além disso, tem o tal do machismo, a ideia de que a contracepção é responsabilidade da mulher dificulta ainda mais. Afinal, elas que carregam o bebê por nove meses, então por que os homens precisam se preocupar, ainda mais se tiver efeitos colaterais?
Anticoncepcional masculino: o que temos por aí?
Apesar de todos os desafios, existem pesquisas promissoras rolando. Dá uma olhada nos principais métodos em desenvolvimento:
- Risug: injeção que impede os espermatozoides de se moverem, evitando a gravidez por até 10 anos. Se o homem quiser ter filhos nesse período, existe uma substância que pode ser aplicada para reverter o efeito. A previsão é que o Risug chegue ao mercado em breve;
- Pílula masculina: a pílula TDI-11861 é capaz de “desativar” os espermatozoides por algumas horas, devendo ser tomada 30 minutos antes do sexo. Os testes foram promissores, mas ainda vai demorar um pouco para chegar às farmácias;
- Gel: o nestorone, tipo de hormônio presente nesse gel, age com a testosterona para diminuir a produção de espermatozoides. A aplicação é feita nos ombros ou braços;
- Nova vasectomia: diferente da vasectomia tradicional, que costuma ser irreversível, esse novo método não é definitivo, pois o gel usado para bloquear os espermatozoides se dissolve com o tempo;
- Banheira quente: esse método anticoncepcional masculino, chamado de Coso, é um aparelho que parece uma mini banheira. Ele aproveita a sensibilidade dos testículos ao calor, usando água quente e ondas de som para diminuir a produção de espermatozoides. Seu efeito dura por até duas semanas.
E aí, dá para confiar?
Todas essas novidades trazem esperanças, mas será que os homens serão tão cuidadosos quanto nós? Eles vão se lembrar de tomar uma pílula, aplicar o gel ou uma injeção, com a mesma responsabilidade que sempre tivemos?
A verdade é que não podemos esperar que a simples existência de métodos contraceptivos masculinos resolva todos os problemas. A cultura machista deve ser desconstruída.
Os homens precisam se conscientizar sobre a importância da contracepção, entender que a prevenção da gravidez não é apenas uma preocupação feminina. Eles precisam se engajar ativamente nesse processo, buscar informações, conversar com suas parceiras e assumir a sua parte.
Só o tempo dirá se estarão à altura desse desafio. Mas nós, mulheres, estamos bem atentas, cobrando e incentivando essa mudança. Afinal, a igualdade na contracepção é um direito nosso. Dito tudo isso, oremos!
Qual é sua opinião sobre o assunto?
Se os anticoncepcionais masculinos vão rolar, ainda não sabemos. Mas o importante é que cada passo nos aproxima de um futuro mais justo. Até porque, o prazer é para todos, e a responsabilidade também, né mores?
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